Visualizar as pinturas de Chagall é o mesmo que mergulhar em um sono profundo e dele emergir consciente. E ao emergir é como estar subindo ao céu, um céu celestial onde o azul se derrama sobre seus personagens que leves voam, flutuam.
Cheias de símbolos revelam além da sua experiência de vida expressos pela matéria, também sentimentos espirituais.
Derramados estão sobre suas paisagens, além de todas as coisas que constituem natureza, os símbolos de sua cultura e religião.
A arte sempre esteve ligada à natureza, à religião, à ciência, mas dentre todas estas manifestações, arte e natureza se mantém consistentes.
De acordo com as análises de Charles Sterling Apud Caixeta (1) “os motivos essenciais fornecidos pelo mundo ao artista dizem respeito a três categorias: o homem e sua existência, a vida ao redor do homem e a matéria inerme”.
Podemos então considerar que os motivos que levam o homem a se expressar deve estar resumido em uma das três categorias citadas acima: a "do homem e sua existência". Seguidas a esta avaliação, a vida ao redor do homem abarca a matéria inerme, sua cultura, religião, e todas estas coisas reunidas fazem parte do mundo e do ser, de fora pra dentro e de dentro pra fora por meio da arte, fazer expressar sua verdade, o que vem de dentro e que quer se revelar.
Revelar entre outras coisas quer dizer mostrar, indicar, fazer conhecer o sobrenatural, extraordinário, "tirar o véu"
As paisagens de Chagall são carregadas de símbolos, da natureza divina e da natureza do homem. Da natureza divina os animais e o próprio homem, da natureza do homem suas criações.
Nas pinturas de Chagall, participam do ciclo de suas sensações e imaginação, o que é inato, e que representa portanto nas paisagens a natureza. Do extraordinário símbolos como o violino, que remete à canção, a ouvir a marcha nupcial, à arquitetura russa e francesa, suas pátrias, e também representações do inato, como peixes, pássaros, ora peixes que se tornam pássaros. O símbolo peixe, recorrente no início da iconografia cristã, está ligado ao Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.
"Kenneth Clark(2), afirmando que a pintura de paisagens marca as fases de nossa concepção da natureza, enumera quatro formas de aborda-la: a paisagem de símbolos, a paisagem de fatos, a paisagem fantástica e a paisagem ideal. Pela análise de Clark, "se as idéias são imagens de Deus e as sensações, viciosas, a nossa interpretação das aparências deve ser, tanto quanto possível, simbólica, e a natureza, de que nos apercebemos por meio dos nossos sentidos (...) Assim, os objetos naturais foram, em primeiro lugar, observados individualmente, simbolizando qualidades divinas".
Ao longo da construção histórica da paisagem na arte, a paisagem de símbolos marca a produção artística da idade média, ressaltando ainda Clark na “mentalidade medieval os, “objetos materiais serem símbolos de verdades espirituais”.
“De religião Judaica, também estão representados em suas pinturas a Torá (o rolo das escrituras sagradas), a menorá (candelabro de sete braços), e textos escritos em hebraico. Os animais também são temas recorrentes nas pinturas de Chagall.
Eles aparecem nas lembranças de Vitebsk e nas obras feitas ao longo de toda sua vida, os animais representados pelo artista, as cabras, as galinhas, os cachorros, os galos e as vacas.”
As pinturas de Chagall enquadradas dentro da arte moderna, devem ser sentidas mais que interpretadas, e além da cultura, da religião, de sua experiência pessoal, o que está expresso e impresso na maior parte das produções de Chagall, entre peixes, pássaros, plantas e animais, é o sentimento.
Spring - 1938
Madonna of Village - 1938
Spring - 1938
Madonna of Village - 1938
Adam and Eve Expelled from Paradise - 1961
Mses Whith the Burning Bush - 1966
Bride Whith Blue Face
Flying Fish - 1966
Paradise - 1961
The concert - 1957
The House Whith the Green Eye
The Birthday
Cow Whith Parasol - 1946
The Juggler - 1943
Referências e Fontes Consultadas:
(1) Arte e Natureza http://www.artistasvisuais.com.br/reportagemnoticia.asp?id=143
(2) Paisagem na Arte http://www.dedalu.art.br/diario/Paisagem_na_Arte
Referência de Imagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário