domingo, 16 de junho de 2013



Era  uma vez um menino que sonhava com sentimentos: símbolos cores e formas nas paisagens de Paul Klee.

O termo "símbolo", com origem no (grego), designa um tipo de signo em que o significante (realidade concreta) representa algo abstracto (religiões, nações, quantidades de tempo ou matéria, etc.) A representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo natural ou pode ser convencionada de modo a que o receptor (uma pessoa ou grupo específico de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação.

Os símbolos são significantes e designam signos. Também são representações concretas de coisas abstratas. Podem representar religiões, nações, quantidade de tempo de matéria etc (sentimento). Ele intensifica a relação com o transcendente. Como pode ser o resultado de um processo natural, os símbolos como forma de comunicação são como coisas que vem da emoção, do natural do ser, de dentro. Em pintura ou em arte, pode-se encontrar uma variedade de símbolos repetitivamente representados.

A cor:

Segundo Paul Klee “o branco é a luz em si” para ele
“A natureza abunda de impressões colorísticas. Os vegetais, os animais, os minerais, a composição que chamamos paisagem; tudo excita nosso pensamento e nosso reconhecimento. Mais por sobre todas estas coisas existe um fenômeno puro de toda aplicação, elaboração e alteração, um fenômeno em que sua pureza cromática lhe vale, neste sentido, o epíteto de abstrato: o arco íris.”

Em uma observação da perfeição e magnitude das cores ele acrescenta  “É significativo que este caso único de uma escala natural de cores puras não seja plenamente deste mundo e apareça ao nível da atmosfera. Permanecendo no domínio intermediário entre a terra e o universo, este fenômeno alcança certo grau de perfeição, mas não no grau último, já que só parcialmente pertence ao “mais além”.

Vai além porquê neste caso o que se pode ver não se pode tocar. E há também quem não possa ver. Newton, o cientista, só conseguia ver as cinco cores do arco-iris.


A forma:

A força criadora da arte vem da emoção. Ela quer representar a realidade concreta do ser. Representar esta realidade em imagens talvez seja a tentativa de representar o indizível , o inexprimível. Se observarmos que símbolos ou signos se repetem em criações artísticas, então nela, na representação, está contida uma realidade que quer se revelar. Klee disse que 

 “ A força criadora escapa a toda denominação; segue sendo, em última instância, um mistério indizível. Mas não um mistério inacessível, incapaz de nos comover até as entranhas. Nós mesmos estamos impregnados desta força até o último átomo da medula. Não podemos dizer o que é, mas podemos nos aproximar de sua fonte em uma medida variável. Necessitamos de algum modo revelá-la,manifestá-la em suas funções tal como se patentiza em nós. Provavelmente também ela é matéria, uma forma de matéria não perceptível pelos mesmos sentidos que percebem os outros tipos de matéria. Mas é necessário que se permita seu reconhecimento na matéria conhecida. Incorporada a ela, deve funcionar. Unida à matéria, deve tomar corpo, converter-se em forma, em realidade".

Mas há em símbolos e signos, representações que não são matéria, que não  se expicam, tampouco se entende, mas existem e se repetem. Há neles um “senso comum”, senso de sentimento.

Klee também disse que a forma se compraz na obra. É no movimento que ela se completa, em transito entre o fim e o começo. “A obra é em primeiro lugar, gênese, e sua história pode representar-se brevemente como uma fagulha que brota misteriosamente não sabemos de onde, que inflama o espírito, aciona a mão e, ao transmitir-se como movimento a matéria, converte-se em obra.”

A forma abstrata e a forma concreta: Suas pinturas retratam formalmente um passado e um presente, há nelas primitivismo, há nelas um passado distante e ao mesmo tempo sentimentalmente presente, dentro. O tempo é o mesmo, a representação é que se transfigura. São a exteriorização  imagética daquele mesmo sentimento, do espanto, do assombro do ser, que não se transformou no tempo e no espaço, o setimento do espírito.

“O produtivo, o essencial, é o caminho. O devir se mantém sobre o ser. A criação
( Paul Klee) vive, em sua condição de gênese, sob o revestimento da obra. Isto é o que
vêem todas as naturezas espirituais retrospectivamente". 





Por encima de las estrellas

buscaré a mi Dios.
Cuando peleaba por el amor terreno
no lo buscaba.
Ahora que tengo ese amor,
he de encontrar a Dios,
que me otorgó favores
cuando estaba apartado de él.
Cómo podré conocerlo?
Sin duda ha de sonreírse de este loco,
de ahí el frescor
de las brisas en la noche de estío.
Para agradecerlo, !muda bienaventuranza
y una mirada hacia aquellas cumbres!


 

Paul Klee


 
Insula Dulcamara




Cat and Bird

                                                                The Gold Fish
Around Fish
Places Signs
Strong Deam
                                                                       
                                             Máquina Chilreante

                                                                   Bird Wandering Of
                                                                     City of Churches
                                                               Adam and Little Eve
Heroic Roses


                                                                    O Fantasma


                                                                       Full Moon

Mess of Fish

Ad Parnassum
Rising Sun
                                   
                                                                         The Goldfish
                                                                    Fish Image
Fish Magic
Souther Tunisian Garden

                                                                     Flora and Rocks Sun

                                                      Revolution of the Viaduct


Angelus Novus

                                                                           The Lamb

FONTE:

KLEE, Paul. Theorie de l'art Moderne. Genéve: Gonthier, 1971.


Capitulo 4 de
KLEE, Paul. Theorie de l'art Moderne. Genéve: Gonthier, 1971.
Tradução M. Duprat

Referência de imagem:

http://www.wikiart.org/en/paul-klee/

http://www.paulklee.net/paul-klee-paintings.jsp#prettyPhoto

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